Você já percebeu que algumas horas do dia parecem muito mais fáceis para o seu filho do que outras?

Talvez ele acorde disposto, mas no meio da tarde pareça ficar sem energia.
Ou talvez seja o contrário: de manhã está lento e, à tarde, parece que tudo flui.

Isso não é acaso.
Nem preguiça.
Nem “falta de vontade”.

É biologia infantil.
E tem tudo a ver com o ritmo natural do corpo, que influencia:

• Fome;

• Metabolismo;

• Disposição física;

• Humor;

• Foco;

• Movimento;

• E até o comportamento alimentar.

Entender esse ritmo pode ajudar muito na rotina de crianças com sobrepeso, obesidade ou dificuldade para regular fome e energia ao longo do dia.

O Ritmo Natural do Corpo

O corpo da criança funciona em ciclos biológicos diários que influenciam:

• Sensação de fome;

• Queima de energia;

• Facilidade para se concentrar;

• Disposição para brincar ou fazer atividade física;

• Impulsos alimentares;

• Sono e qualidade do descanso.

Esses ciclos são guiados por hormônios como cortisol, grelina, leptina e melatonina.
E quando entendemos como esses hormônios variam ao longo do dia, conseguimos organizar a rotina alimentar e física da criança de forma muito mais inteligente.

Como esses ciclos afetam o peso e a alimentação

Pesquisas mostram que:

1. O apetite costuma ser mais controlado de manhã;

2. Impulsos alimentares aumentam no fim da tarde;

3. A criança tem mais energia física entre o final da manhã e início da tarde;

4. O cérebro fica mais lento para decisões alimentares no período da noite;

5. Comer tarde interfere na regulação hormonal do dia seguinte.

Por isso, muitos pais me dizem algo como:

• “Ele come super bem de manhã, mas à tarde pede comida o tempo todo.”

• “À noite fica com fome de coisas mais calóricas.”

• “Depois da escola é quando mais belisca.”

Isso acontece porque o corpo entra naturalmente em um ciclo onde energia cai e fome aumenta.
Ou seja: não é falha de autocontrole. É fisiologia infantil.

Quando usamos isso a nosso favor, tudo muda.

Como estruturar o dia do seu filho para apoiar o metabolismo

Aqui está uma forma simples e científica de organizar o dia:

• MANHÃ (7:00 – 12:00)

O corpo está com hormônios de energia mais altos.
Momento ideal para:

1. Um café da manhã nutritivo.

2. Reforçar proteína.

3. Aplicar rotina de hidratação.

4. Atividade física leve antes da escola.

5. Maior facilidade para foco e organização.

Crianças que comem bem pela manhã têm menor compulsão alimentar à tarde.

• MEIO-DIA (12:00 – 15:00)

Melhor momento para atividade física moderada.
O corpo usa a energia das refeições de forma eficiente.

Ótimo para:

1. Recreio ativo.

2. Esportes.

3. Brincadeiras de movimento.

4. Caminhada pós-almoço.

• TARDE (15:00 – 18:00)

Aqui acontece o “ponto crítico”.
O corpo naturalmente diminui energia, aumenta cansaço e impulsos alimentares.

Estratégias úteis:

1. Oferecer lanches organizados e nutritivos.

2. Evitar alimentos muito calóricos à tarde.

3. Incentivar hidratação.

4. Pequenas pausas para movimento.

Essa é a hora do dia que mais impacta o peso infantil.
E quando entendemos isso, conseguimos lidar muito melhor com pedidos constantes de comida.

• NOITE (18:00 – 20:00)

O corpo começa a se preparar para dormir.
Aqui, o metabolismo desacelera.

Recomendações:

1. Jantar leve.

2. Evitar comer tarde.

3. Diminuir telas para regular melatonina.

4. Rotina calma e previsível.

Dormir bem melhora peso, humor, atenção e metabolismo.

Por que isso funciona tão bem para crianças?

Porque não força nada.
Apenas aproveita o que o corpo já faz naturalmente.

Crianças que têm uma rotina alinhada ao ritmo biológico costumam apresentar:

• Melhor regulação de apetite;

• Menos impulsos alimentares;

• Mais energia;

• Melhor humor;

• Sono mais tranquilo;

• Mais disposição para brincar e se movimentar;

• Maior estabilidade no peso

São mudanças pequenas, mas extremamente poderosas.

Quer descobrir como organizar a rotina do seu filho para melhorar energia, humor e alimentação?

Agende uma Consulta Pediátrica com a Dra. Helen e receba um plano personalizado baseado nos ritmos biológicos da infância.

Na consulta avaliamos:

• Hábitos alimentares;

• Padrões de fome e saciedade;

• Rotina de sono;

• Impacto das telas;

• Atividade físicas;

• Hidratação;

• Ansiedade e busca emocional por comida;

• Contexto familiar e escolar.

Enquanto isso, aqui está um passo importante:

Muito do que você percebe como “fome fora de hora”, “vontade de beliscar” ou “falta de energia” não é falta de disciplina.
É apenas o corpo da criança respondendo aos ritmos naturais de fome, cansaço e queda de energia que acontecem todos os dias.

Com cuidado e orientação,
Dra. Helen Takagi
Pediatra e Nefrologista Pediátrica
CRM SP 124962 • RQE 63262 e 632621